Arquitetura mediterrânea: origem, características e dicas para decorar

Arquitetura Mediterrânea: Origens, Características e Dicas de Decoração. A arquitetura mediterrânea evoca imediatamente imagens das pitorescas casas gregas com suas paredes caiadas de branco e portas azuis, refletindo as cores e a frescura do mar. Esse estilo arquitetônico, caricaturalmente associado ao cenário do Mar Mediterrâneo, busca replicar os elementos da natureza em suas construções.
Destaca-se que o estilo mediterrâneo busca capturar a frescura do mar através de cores claras, muita luz natural e a predominância do azul, simbolizando o oceano. Ele está intrinsecamente ligado à arquitetura vernacular, utilizando materiais típicos da região.
Embora tenha suas raízes nas terras banhadas pelo Mediterrâneo, esse estilo também pode ser incorporado às decorações no Brasil, um país igualmente apaixonado pelo litoral e suas referências naturais.
Se você está interessado em trazer a arquitetura mediterrânea para o seu projeto, confira abaixo algumas de suas características e dicas de como incorporá-la.
Arquitetura Mediterrânea: Origens e Características
Arquitetura mediterrânea se originou nas regiões do Mar Mediterrâneo, especialmente no norte da África e no sul da Europa. “Ela é inspirada nas culturas e tradições desses países, como as árabes, espanholas, italianas e francesas”, explica.
Esse estilo arquitetônico é marcado pelo uso do azul, representando o mar, e do branco, além de outras cores claras, para refletir a luz solar e manter os ambientes frescos. Marcelo destaca que, além da Grécia, o estilo mediterrâneo também é influenciado pelas arquiteturas distintas da Itália, França e Espanha.
Mesmo na América Latina, esse estilo encontrou espaço em países como o México, embora com uma paleta de cores mais vibrante. A influência do estilo é perceptível nos trabalhos de arquitetos como Luis Barragán e Ricardo Legorreta.
As características da arquitetura mediterrânea incluem o uso de telhados em forma de domo ou inclinados, cobertos por telhas vermelhas ou laranjas, que protegem do calor e da chuva. Além disso, é comum encontrar janelas arqueadas, varandas, portas abertas e grades de ferro forjado, que contrastam com as paredes brancas e permitem a ventilação e a entrada de luz natural.
Natália acrescenta que a presença de jardins internos, terraços e pátios externos é uma característica marcante, proporcionando espaços de convívio e lazer decorados com plantas, flores e fontes.
Paleta de Cores
A paleta de cores da arquitetura mediterrânea é predominantemente composta por tons claros, com destaque para os azuis que remetem ao mar. Quando cores são utilizadas, elas costumam ser em tons de azul, turquesa e petróleo, além de complementos como o laranja, que adiciona vida e um toque tropical aos ambientes.
Marcelo destaca que o azul é a cor mais emblemática desse estilo, sendo praticamente sinônimo de “mediterrâneo”.
Materiais e Revestimentos
Marcelo ressalta que a arquitetura mediterrânea não é caracterizada por uma grande diversidade de materiais, mas é justamente essa simplicidade que a torna única e encantadora.
As construções geralmente são feitas com tijolos e madeira, onde o tijolo dita a estética da casa. Elementos como escadas, corrimãos, vãos de janela e arcos são esculpidos em alvenaria e depois cobertos com cal, conferindo esse tom branco característico.
Materiais naturais e rústicos, como pedra, madeira e terracota, são bem-vindos nesse estilo, adaptando-se ao clima e à paisagem local.
Quanto aos revestimentos, é comum encontrar paredes pintadas com cal, geralmente de espessura considerável, e pisos feitos de blocos cerâmicos. Marcelo observa que os materiais utilizados são aqueles disponíveis na região, como pisos de tijolos cozidos sem tratamento ou pedras locais.
Natália sugere o uso de revestimentos com cores vibrantes, como azul, amarelo, vermelho e verde, para contrastar com o branco predominante das paredes externas em projetos brasileiros.
Decoração Mediterrânea
No interior das construções mediterrâneas, os móveis e elementos de decoração seguem a mesma linha naturalista, utilizando materiais como palha, vime, sisal, algodão cru e madeira natural.
Esses materiais proporcionam um ambiente aconchegante, simples e charmoso. Os móveis geralmente apresentam formas simples, com linhas retas ou curvas suaves, evitando excesso de detalhes ou ornamentos.
Na decoração, Marcelo sugere a incorporação de objetos que remetam ao tema, como esculturas de barco, baús e elementos em madeira. No contexto brasileiro, materiais como palhinha, muxarabi, venezianas, corda, cestaria e vidro são comumente utilizados, evitando-se fixações pesadas de marcenaria.
Para adaptar a decoração mediterrânea a casas brasileiras, é recomendável utilizar elementos compatíveis com o clima local, como revestimentos frios. Em um projeto com referências gregas, as arquitetas Bruna Giannini e Júlia Cabrera optaram por ladrilhos hidráulicos para criar um ambiente fresco e acolhedor.
Diferenças climáticas entre regiões mediterrâneas e brasileiras demandam adaptações, especialmente considerando que o inverno no Mediterrâneo é mais rigoroso do que no Brasil. Assim, é importante buscar materiais visuais e termicamente mais leves, além de incorporar elementos que reflitam a brasilidade de cada local.
Em resumo, a arquitetura mediterrânea é uma celebração da simplicidade, naturalidade e da vida ao ar livre, adaptável
a diferentes contextos culturais e climáticos, incluindo o Brasil. Ao incorporar suas características e elementos na sua decoração, você pode trazer um pedacinho do charme e da tranquilidade do litoral mediterrâneo para o seu lar.

Marcela Ferrancini

Escritora e apaixonada por casa, decoração e academia.

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