19 PAÍSES TROCAM DÓLAR POR DINHEIRO RUSSO
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19 Países Trocam Dólar por Dinheiro Russo

19 PAÍSES TROCAM DÓLAR POR DINHEIRO RUSSO Numa ousada reviravolta que ecoou pelos corredores das finanças globais, dezenove países tomaram a decisão corajosa de adotar o Sistema de Transmissão de Mensagens Financeiras (SPFS) da Rússia, abandonando assim o dólar americano. Essa mudança sísmica destaca um crescente descontentamento com os sistemas financeiros tradicionais centrados no Ocidente e aponta para uma nova aliança econômica liderada pelos países BRICS. A escolha do SPFS não apenas representa uma mudança significativa nas práticas comerciais internacionais, mas também simboliza um esforço conjunto para desafiar a supremacia do dólar no cenário mundial.
O cerne dessa transição sem precedentes reside em uma estratégia deliberada de desdolarização. A aliança BRICS, composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, lidera esse movimento impulsionada por uma combinação de necessidade e visão estratégica. Com as experiências anteriores da Rússia e do Irã sofrendo as consequências das sanções ocidentais, a atratividade de um sistema de comunicação financeira alternativo que reduza a dependência do dólar tornou-se irresistível.
A liderança da autoridade bancária central da Rússia, sob Elvira Nabiullina, desempenhou um papel fundamental ao promover essa mudança nos fóruns dos BRICS. O SPFS, uma alternativa russa ao sistema SWIFT que domina as transações financeiras globais, vai além de evitar sanções. Ele representa uma ambição mais ampla de reconfigurar a arquitetura financeira global, proporcionando uma via para transações desvinculadas do domínio do dólar. Com mais de 159 participantes internacionais agora envolvidos no SPFS, a mensagem é clara: há uma forte demanda por mudança.
A jornada rumo à desdolarização está repleta de complexidades. O dólar, enraizado profundamente na economia global, oferece liquidez e estabilidade incomparáveis. Seu domínio é uma evidência de décadas, senão séculos, de influência econômica exercida pelos Estados Unidos. No entanto, é justamente essa dependência que os BRICS e seus aliados buscam desmantelar, defendendo um mundo financeiro multipolar onde nenhuma moeda única detenha influência sobre o comércio e a diplomacia globais.
Este empreendimento ousado não está isento de céticos. Críticos argumentam que a inércia que favorece o dólar, aliada ao seu papel como moeda de reserva mundial, apresenta obstáculos formidáveis. No entanto, a dinâmica por trás do SPFS e iniciativas semelhantes revela um consenso crescente entre algumas nações de que os benefícios da diversificação longe do dólar compensam os riscos. Essa mudança, no entanto, convida à escrutínio e à possível resistência por parte das potências ocidentais, interessadas em manter sua hegemonia financeira.
Para a Rússia, reduzir a pegada do dólar em suas reservas comerciais e financeiras é uma medida estratégica que reflete aspirações geopolíticas mais amplas. Ao promover o SPFS e incentivar sua adoção, a Rússia não está apenas desafiando o dólar; está se posicionando como um eixo da ordem financeira emergente. Essa estratégia, embora ambiciosa, depende da compatibilidade técnica e da vontade política das nações parceiras, cada uma navegando em sua própria rede complexa de considerações econômicas e diplomáticas.
As repercussões deste afastamento do dólar são múltiplas e se estendem além das nações participantes. Sinaliza uma crescente fragmentação nas finanças internacionais, onde blocos de países podem cada vez mais transacionar em moedas alternativas ou através de redes financeiras distintas. Um cenário como esse pode levar a uma situação financeira global mais volátil e imprevisível, desafiando as normas do comércio e do investimento internacionais.
Além disso, a ascensão do SPFS e a gradual erosão do domínio do dólar podem encorajar outras nações a seguir caminhos semelhantes, potencialmente conduzindo a uma economia global mais diversificada, mas fragmentada. Essa mudança pode redefinir as alianças econômicas, com os países alinhando suas relações comerciais e diplomáticas com base tanto na arquitetura financeira quanto em considerações geopolíticas tradicionais.

Marcos Alcântara

Trabalha com tecnologia e é um entusiasta em criptomoedas.

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