Creatina, desempenho do corpo atlético
Creatina, desempenho do corpo atlético

Creatina, desempenho do corpo atlético

A creatina monohidratada (Cr) representa possivelmente um dos suplementos mais difundidos na busca por aprimorar o desempenho atlético. O propósito desta revisão é sintetizar, atualizar e avaliar os desdobramentos vinculados à ingestão de Cr em relação ao desempenho esportivo e físico, com base nas pesquisas mais recentes disponíveis. Em virtude da vasta literatura científica que aborda a suplementação de Cr e dos esforços recentes para elucidar os efeitos específicos no contexto esportivo, este artigo concentra-se em estudos de pesquisa publicados desde 1999.
A creatina é sintetizada endogenamente pelo fígado ou adquirida a partir de fontes exógenas, como carne e peixe. A maior parte da creatina no corpo está concentrada no músculo esquelético, seja na forma livre (aproximadamente 40% como Cr) ou fosforilada (aproximadamente 60% como PCr), representando um pool médio de cerca de 120-140 g para uma pessoa com peso médio de 70 kg. A hipótese sugere que a Cr pode atuar por meio de diversos mecanismos, potencialmente servindo como auxílio ergogênico, mas parece ser mais eficaz em atividades que envolvem períodos curtos e repetidos de alta intensidade.
Os pesquisadores também investigaram diferentes protocolos de carga de creatina, sendo o mais comum uma fase inicial de carga de 20 g/dia por 5-7 dias, seguida por uma fase de manutenção de 3-5 g/dia, mantida por diferentes períodos de tempo (de 1 semana a 6 meses). Quando se avalia a produção de força ou força máxima (contrações dinâmicas ou isotônicas) após a ingestão de Cr, geralmente observa-se um impacto significativo, independentemente do esporte, sexo ou idade.
Contudo, a evidência torna-se mais ambígua ao examinar a produção de força isocinética, havendo poucas provas para respaldar o uso de Cr para o desempenho muscular isométrico. Quanto à prevenção ou alívio de danos musculares após a atividade física, há poucos benefícios evidentes na ingestão de Cr. Ao avaliar o desempenho com base na intensidade e duração do exercício, surgem resultados contraditórios em relação a atividades de resistência contínua e intermitente. No entanto, atividades que envolvem saltos, corridas ou ciclismo geralmente apresentam melhor desempenho esportivo após a ingestão de Cr.
Diante desses conceitos, o foco deste artigo reside em resumir a eficácia da Cr em resultados específicos de desempenho, deixando de lado os mecanismos de ação propostos. A última seção desta revisão aborda brevemente os possíveis efeitos adversos da suplementação de Cr. Não há evidências científicas robustas que respaldem quaisquer efeitos adversos, embora seja crucial observar que, até o momento, não foram conduzidos estudos sobre o uso prolongado de Cr.

Marcela Ferrancini

Escritora e apaixonada por casa, decoração e academia.

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